sexta-feira, maio 10, 2024

05/09/24; 00:40

 



05/09/24; 22:00
Se eu ficar atento ao modo como se desenrolam os meus dias, em termos emocionais e vá lá sentimentais em gráfico obtenho um ondular quase gracioso, quase porque por vezes a linha vai-se desenhando de forma harmoniosa e do nada mete-se para ali a fazer uns gatafunhos do caneco.
Portanto, um gráfico para  o meu  dia decorrido, pelo menos este último, seria um emaranhado indecifrável, tudo pela contribuição alucinante, dos momentos finais.
Apareceu-me uma moça, dos seus vinte e quatro anos de idade, pedindo para lhe guardar um carrinho de compras cheio, a abarrotar sem deixar perceber minimamente o que haveria no interior claro que neguei, até ao momento de ela, sempre a exibir um sorriso cristalino, apenas traído por um olhar que fingia ser alegre.
Não reagiu à minha negativa em lhe guardar o carrinho, começou a falar, em tom de voz calmo e timbre baixo, num equivalente coral a uma segunda voz, sem se deter e a este conjunto, comecei por ignorar mas foi-me cativando, até à chave determinante do discurso dela, quando a sua voz se torna num equivalente a um sublinhado realçado de um texto.
Acordei como qua abanado violentamente pelos ombros pelos ombros com ela a dizer. - Essa é minha casa, tudo o que tenho, é por isso que te peço para guardares o carrinho, só pelo tempo de ir aqui ao lado à Segurança social-.
É uma história real, demasiada cruel que me tirou do marasmo em que hibernava a minha vivência privilegiada a tal ponto pesada que tenho de a dividir com o tempo, num intervalo de segurança propício a não me esmagar.
Por hoje é e foi o que se conseguiu, veremos amanhã tenha menos peso para continuar.
Atentamente,
LsM 

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