sábado, junho 15, 2024

15/06/2024;18:58



Talvez sinta mesmo o momento como assustador e não o quero admitir, admitir neste momento, só o habitual orgulho bobo de querer tapar a realidade com um vidro tão transparente que passa desapercebido.

E pronto admito, isto está assustador, ultrapassa-me e ando à deriva para tentar arrumar isto, mesmo sem saber como o fazer, sei que tenho de me arrumar ou isto descamba de vez, como um carro desgovernado por uma ladeira abaixo.

Um dos aspetos assustadores é a noção de tempo, de repente o tempo volatiliza-se tão rápido que nem me apercebo, já não sou eu que passo por ele, ele é que começou a passar por mim a uma velocidade estonteante, as horas parecendo segundos e, por vezes os dias parecem-me minutos.

É uma nova fase, eu sei mas, talvez seja assim com toda a gente, porém nunca tinha passado por isto e isto, não deixa de ser uma conclusão bastante destrambelhada, como poderia ter passado por isto?

Como uma árvore, todas perdem folhas e vão renovando, esta graciosidade da natureza não funciona com os humanos, pelo menos comigo não, cada vez tenho menos folhas nos galhos.

Houve um tempo em que as folhas se mantinham por perto, agora nem isso, por capricho ou se lá, o raio do vento não deixa uma por perto.


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