Terra
de poetas estranhos
Não é natural nesta altura do campeonato andar ainda a arrumar
os pirulitos, teoricamente pelos bons costumes já devia ter isto resolvido, não,
está pior, cada vez que mexo no sótão desarrumo mais, foi uma experiência de
vida intensa e alucinante.
Portanto, vamos lá por partes tentando não me enrolar de novo,
antes de chegar aos poetas estranhos, uma pequena introdução.
Hoje tenho a ideia consolidada de me ter sentido verdadeiramente
angolano até ao dia da independência, a partir daí, um processo externo de erosão
foi-me empurrando para fora, na tentativa de me fazerem sentir estranho na
minha terra.
Portanto, senti bem forte esse processo de erosão para me
fazerem sentir a mais, nunca dei importância a boçais intelectuais mas percebi
que na minha própria terra tinha os dias contados, do tipo, estou a prazo tenho
de me organizar a qualquer momento levo um pontapé no traseiro para me tundarem
daqui.
Apesar dessas investidas acéfalas serem fortes, decidi para mim
mesmo, vou embora sim mas quando eu decidir nunca será por vontade de mentes
jurássicas e assim foi.
Portanto vamos entrar nos poetas estranhos, havia para todos os
gostos, os da bebedeira destes nada tenho a dizer, apanhei muitos pifos com
alguns deles, lembro com carinho António Jacinto, com quem partilhei muito quimbombo
e kapuka, o Chivas chegou mais tarde.
Estes eram os freacks com quem me dava lindamente.
Pouco antes da independência havia grupinhos de imbecis vocacionados e mandatados pela cúpula do MPLA para aterrorizar os brancos, obrigando-os a fugir e assim poderem usurpar-lhes os bens.
Num deste grupinhos andou um poeta muito famoso, pelo seu
histerismo patriótico e ódio aos portugueses, já lá vamos.
Estes eram poetas com a característica de fazerem poemas ao quilo
a engraxar o imortal também poeta que já morreu.
Assim tinham as portas abertas em toda a estrutura do imortal
que se finou e esses, bastava apontar o dedo para um gajo ir na pildra ou ser
mesmo fuzilado.
Bom, o poeta energúmeno a que quero chegar notabilizou-se por inúmeras
ações contra os portugueses, Portugal e em geral nutria um ódio mortal aos
brancos.
Lembro-me do processo 105, um julgamento forjado para expulsarem
o maior numero de portugueses que pudessem e esse dito poeta, humilhou
portugueses e brancos para lá do limite humano, este julgamento era transmitido
todas as noites na televisão para intimidar a restante comunidade.
Vou tentar abreviar esta treta, até porque a pessoa em causa não
vale um traque.
Agora vejam, um emplastro com um currículo racista,
anti-portugues, anti-branco, anti-humano um recalcado do raio que o parta,
soube isto no sábado. Decidiu vir viver para Portugal com os dólares do povo
angolano.
Qualquer pessoa oriunda daquele território sabe perfeitamente de
que “coisa” falei hoje aqui.
Nem me admiro que um dia destes seja eleito presidente da junta
do bairro onde está porque, entre ele e estes que se alaparam no Poder em 1974,
a merda é a mesma.
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