terça-feira, julho 09, 2024

09/07/24; 05:00

 


Há madrugadas em que este silêncio é assustador, parece estarmos sozinhos no planeta, depois lá se ouve uma viatura ao longe, usando a via preferida para circular, a avenida que se estende ao fundo de uma das sete colinas que forma Lisboa e onde vivo.

O silêncio deste momento é de facto estranho, estou entre três hospitais muito solicitados, o que por si, explica o frenesim de sirenes das ambulâncias a que por vezes se junta o ruído arrasador de helicópteros de suporte médico, quando coincidem todos estes ruídos, sinto-me como no meio de uma guerra mas chique, a guerra em que estive era de pobres, as pessoas eram levadas às costas ou empurradas para a valeta afim de desimpedirem a via.

Acostumado ao reboliço tresloucado da cidade, devia congratular -me com este estranho silêncio mas não, limito-me a senti-lo como uma montanha que se abate sobre mim e em modo sádico, permito que me vá esmagando devagarinho.

Talvez o mundo tenha acabado e se foi, é algo que não me preocupa, como tal nem vou conferir esta suspeita, deixa acabar.

Atentamente,

LsM 


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