Fossem as coisas diferentes,
poderia ser o que quiséssemos mas vida, não seria certamente.
Assim chegou a vez de Fausto nos
deixar, irá deixar um vazio enorme e profundo na área a que se dedicou com uma
potencialidade que o tornou um marco da cultura portuguesa.
Enquanto vivo, exigia-se dele
que desse o melhor no que melhor sabia fazer, no momento em que nos deixa,
descobrimos pormenores patuscos e agradáveis da sua vida.
Nasceu em águas de ninguém, no
paquete Pátria tão bem meu conhecido, nas minhas viagens de férias para Angola,
o caso dele foi para nascer portanto, não eram férias no seu caso.
Quer dizer, o Fausto não era
propriamente apátrida, tinha uma Pátria pequenina e flutuante mas tinha.
Viajei naquele paquete, para lá
e para cá, umas quatro vezes, era paquete apenas por ser um pouco maior que uma
traineira de pesca e ter camarotes para a malta dormir.
A minha última viagem no cujo
foi deveras assustadora, perto do equador, uma tempestade do arco-da-velha, com
vagas a passarem-nos por cima, ao ver o camarote onde viajava com água a entrar
por todos os lados, achei por bem subir ao convés e colocar uma boia ao pescoço,
foi uma experiência aterradora.
E pronto, o Fausto foi embora,
deixando-nos mais pobres em vários aspetos.
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