terça-feira, julho 30, 2024
30/07/2024;08:00
29/07/24;20:00
quinta-feira, julho 25, 2024
25/07/24;01:00 por vezes
Conheço bem
Luz de iluminar
Escuro de meditar
Luz de chamar
Escuro de morrer
É tudo viver
Gostar não gostar
Não é para escolher
Atentamente,
LsM
terça-feira, julho 23, 2024
23/07/2024;20:25
segunda-feira, julho 22, 2024
22/07/24;00:30
quarta-feira, julho 17, 2024
17/07/24;21:00 (em putrefação)
Saber que posso fazer todas as parvoíces que fazem os outros , não me diferencia dos meus semelhantes, em primeiro por isto é que somos semelhantes e em segundo, às parvoíces que lhes vi fazer, a única diferença no que me toca, é que procurei fazer com que minhas parvoíces fossem mais genuínas, sempre abominei o plágio e a cópia boçal.
Há algum tempo que desisti de assuntos políticos contudo há dois aspetos a considerar, um não posso ignorar pois é essa porcaria que domina nossas.vidas, em segundo, não sou cego.
Aprecio em modo hilariante o esterismo patético dos grupelhos tradicionais em relação ao emergentes que, como não podia ser de outra maneira pois não há inteligência para inovar, foram-se copiando uns aos outros pelo diapasão da estupidez e temos hoje quase formado a nível global a Internacional dos Idiotas.
Descobriram a formula divertida de juntar palavras com a fonética e timbre de voz em conjunto que vá ao encontro do que os descontentes querem ouvir, assim da maneira como se faz musica pimba, atiram a verborreia às feras e qualquer computador rosqueiro concebe as melodias adequadas.
Vou ver se durmo mas devo voltar a este tema putrefato, é que aquilo nos EUA virou um folclore muito terceiro mundista, está mesmo freack.
Atentamente
LsM
segunda-feira, julho 15, 2024
variações em e-menor - 14/07/2024; 13:40
Há algum tempo que não comento
Angola, ainda bem para os dois lados porém, existe uma diferença abismal entre
Angola e aqueles que eu critico e por vezes xingo.
No entanto, sobre Angola, há
dois aspetos que são impossíveis de alguma vez eu mencionar, uma é odiar e
outra é esquecer.
Não obstante as diferenças
culturais, é lá que tenho a primeira raiz que desenvolvi, primeira raiz
desenvolvida naquela terra que me serviu de barriga para nascer porque na
verdade, nunca cheguei a conhecer outra, realidade é realidade e boas intenções
está o inferno cheio.
Depois há o aspeto de aquela
terra, ter assumido comigo desde a infância, o papel da verdadeira Mãe,
ensinou-me tudo para enfrentar a vida, infelizmente limitou-se a ensinar-me as
partes boas, não sei das suas razões mas omitiu-me a desonestidade, o espirito
corrupto, essas coisas todas que norteiam a sociedade dos mwatas por lá. Talvez
a saudade me leve a recordar bastas vezes, minha primeira namorada lá no mato, Foi
por ela que a Mãe Angola me deu a primeira lição da minha diferença. Uma manhã
ela chegou ofegante para irmos no rio banhar mas deteve-me e séria olhou-me bem
nos olhos e pergunta de chofre. – Tu é branco?!
Perguntou e ficou aos saltinhos
de nervosa à minha frente esperando a resposta. Entre a pergunta que não
entendi de todo e as mamitas dela a acompanharem os pulinhos que ela dava,
menos fiquei a entender.
Não respondi à questão dela
porque na verdade não entendi o que ela quis saber, ela no entanto passou resto
do tempo, até dentro de água a encostar o braço dela ao meu para comparar as
tonalidades e fazia aquela cara característica destas ocasiões, mas que porra!!
Bom, depois fomos proibidos de
nos vermos, parecia que estávamos a cometer um crime contra a humanidade mas
proibições no mato, é escrever leis no gelo, entre nós aprendemos, ela era
preta e eu branco mas nunca vimos onde residia o raio da diferença.
Esta primeira lição de racismo
foi importante depois quando fiquei simpatizante do MPLA, aqui sim era racismo
a sério e bem sofisticado mas diluíam tudo com sorrisos e palmadinhas amigáveis
nas costas.
Ainda fui convidado para alguns
departamentos para, segundo quem me convidava, ir colorir o espaço, recusei
todos os convites destes ou que eu suspeitava subentenderem isso.
Tinha coisas divertidas isso do
racismo, um dia foi a Luanda um importante craque português da música erudita,
foi tocar lá no campo do Petro.
Meteu-se a explicar coisas do
Beethoven, e esses gajos, às tantas foi infeliz e atira para o público- Agora
experimentem tocar Schubert só com as teclas brancas e demonstrou a cena dele.
Teve azar no público que
arranjou atirei-lhe do meio do povo. – Oh doutor toca aí Chopin só com teclas
pretas.
sábado, julho 13, 2024
mais uns quantos
Razão
Razões
O que mais há
Sim
Sabichões
Pendurados
Em comilões
Miseráveis
Acéfalos
Atrasados
Que nos levam
Para um fim
Vergonhoso
De reles
humanos
Que houve por
cá
Que aqui
passaram
Fico aqui
A amordaçar
Esta vontade
Maldita filosofia
Esta minha
De respeitar
Ter medo
Recear
Não é argumento
Para deixar ir
O que é nosso
Sim o mundo
É nosso
E no fundo
Todos acabámos
Apalermados
Deixando ir assim
É normal
Finalmente
Cai a máscara
Destes paspalhos
Empertigados
Com consciência
A cheirar mal
E temos de pasmar
A esta lixeira
Sem sentido
Temos de acreditar
Ser próprio de evolução
Palhaços
12/07/2024
Os acontecimentos estão a azedar por todo
lado, sem a mínima perspetiva de abrandar esta galopante manifestação de
estupidez global.
Nada de bom se projeta para o futuro próximo,
este tipo de loucura, produz um químico no cérebro e funciona como uma droga de
forte poder de dependência, daí assistirmos a esta escalada de pura irracionalidade
e chegámos a este ponto;
Ninguém quer perceber que ao anularmos o nosso
humanismo, estamos a transformar a sociedade numa selva de primatas.
Atentamente
LsM
quinta-feira, julho 11, 2024
11/07/24;21:00
terça-feira, julho 09, 2024
09/07/24; 05:00
Há madrugadas em que este silêncio é
assustador, parece estarmos sozinhos no planeta, depois lá se ouve uma viatura
ao longe, usando a via preferida para circular, a avenida que se estende ao
fundo de uma das sete colinas que forma Lisboa e onde vivo.
O silêncio deste momento é de facto
estranho, estou entre três hospitais muito solicitados, o que por si, explica o
frenesim de sirenes das ambulâncias a que por vezes se junta o ruído arrasador
de helicópteros de suporte médico, quando coincidem todos estes ruídos,
sinto-me como no meio de uma guerra mas chique, a guerra em que estive era de
pobres, as pessoas eram levadas às costas ou empurradas para a valeta afim de
desimpedirem a via.
Acostumado ao reboliço tresloucado da cidade,
devia congratular -me com este estranho silêncio mas não, limito-me a senti-lo
como uma montanha que se abate sobre mim e em modo sádico, permito que me vá
esmagando devagarinho.
Talvez o mundo tenha acabado e se foi, é
algo que não me preocupa, como tal nem vou conferir esta suspeita, deixa
acabar.
Atentamente,
LsM
domingo, julho 07, 2024
e lá vai mais um
A vida
A minha
Não foi
boa
Nem má
Limitou-se
a ser
Não me
vou queixar
Sempre soube
Que ia
acabar
Amei
O que
tive de amar
De odiar
Mandei lixar
de canoa
A erguida
Ninguém merece
Nem mereceu
Meu odiar
Pois foi
A vida é assim
Pelo menos a mim
Nunca perguntou
Foi sempre a abrir
Como quis
Por fim
Cheguei aqui
Continua igual
Nada me diz
E também
Não vou perguntar
Vá à merda
Não paro de espirrar
Uma frase
Entre cada disparar
Vem de rajada
Ou ao par
Era criança
Já não sou
E sei bem
Das crianças
O que sofrem
E estão a passar
Fiz poemas
Até perceber
Isto é real
Não acabou
Podes esquecer
Não te vou satisfazer
Podes ser a vida
Podes esquecer
Tens poder
É sabido
Mas olha bem
Dona sabida
Junta todo poder
Para me enfrentares
Não será
Pelo teu querer
Serei eu
Ouve
A mandar
😊
sexta-feira, julho 05, 2024
04/07/24;22:59
E vão uns dias de vazio, sendo que assim, é aquele nada de que tanto gosto, o nada que ultrapassa todos os periféricos que a palavra pode dar e ao dar tudo isso, resta a verdadeira essência da sua beleza, exibindo um exuberante Nada.
Não são as palavras que fazem um escritor e também, um escritor não é feito só de palavras, as palavras são herméticas, o escritor pula para bem longe, quaisquer muros que as palavras possam construir, o escritor pula por cima de todas, por um simples pormenor que explica tudo, é Pensante.
terça-feira, julho 02, 2024
02/07/2024
Fossem as coisas diferentes,
poderia ser o que quiséssemos mas vida, não seria certamente.
Assim chegou a vez de Fausto nos
deixar, irá deixar um vazio enorme e profundo na área a que se dedicou com uma
potencialidade que o tornou um marco da cultura portuguesa.
Enquanto vivo, exigia-se dele
que desse o melhor no que melhor sabia fazer, no momento em que nos deixa,
descobrimos pormenores patuscos e agradáveis da sua vida.
Nasceu em águas de ninguém, no
paquete Pátria tão bem meu conhecido, nas minhas viagens de férias para Angola,
o caso dele foi para nascer portanto, não eram férias no seu caso.
Quer dizer, o Fausto não era
propriamente apátrida, tinha uma Pátria pequenina e flutuante mas tinha.
Viajei naquele paquete, para lá
e para cá, umas quatro vezes, era paquete apenas por ser um pouco maior que uma
traineira de pesca e ter camarotes para a malta dormir.
A minha última viagem no cujo
foi deveras assustadora, perto do equador, uma tempestade do arco-da-velha, com
vagas a passarem-nos por cima, ao ver o camarote onde viajava com água a entrar
por todos os lados, achei por bem subir ao convés e colocar uma boia ao pescoço,
foi uma experiência aterradora.
E pronto, o Fausto foi embora,
deixando-nos mais pobres em vários aspetos.