quinta-feira, dezembro 08, 2022

MURO

 


Sentar neste muro, alto a perder de vista, parece até que nem crescemos, foi construído assim e assim ficou, embora a cada vez que se olhe pareça mais alto, alto e húmido mas a humidade é da sombra da árvore tão alta como a edificação, também foi sempre assim, enorme, chamam-lhe mulembeira e ela não se importa, podia ser o nosso plátano mas não é, todas as árvores são assim tolerantes e corajosas, umas com mais sorte que outras mas não ligam a isso, são demasiado importantes para perderem tempo com mesquinhices que nada lhes dizem.

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Deste muro concebeu-se tudo, desde a Princesa que se tornou Rainha, o castelo, o reino e tudo que se narra em contos de fadas de todas as fadas, até carruagens de oito cavalos lindos, uns dias eram só brancos outros só negros, todos lindos e garbosos, aqui também se concebeu o mar, muito azul, imenso, parece que nem tinha fim, o enorme barco, todo de madeira e velas imponentes, a grandiosa embarcação com nome de Anjo, chegou de um sitio qualquer para zarpar de novo, levando a eterna Rainha para continuar a história que começou aqui.

👲

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