quinta-feira, novembro 24, 2022

porquê


Apertar a cabeça entre as mãos, na vã tentativa de esmagar todas as questões para as quais não há nem nunca haverá respostas, gritar no mais profundo do meu silêncio interior, abanando e estremecendo as entranhas, amedrontando o espírito e afugentando a alma, questionando o porquê de tantas questões.

 

Perguntas que se sabe à partida, nunca virem a ter resposta, interrogações que se vão empurrando e encurralando para o mais profundo de tudo que conhecemos de nós.

 

Sentir sim, as mãos feitas em dois rochedos, tentando esmagar ingloriamente o que permanecerá para sempre nesta maldita parte do corpo que se julga conhecedora de tudo e com respostas para tudo, quando afinal, sabe é nada de nada.

 

A saber, podia resolver pelo menos uma resposta que fosse e não consegue, deixando que a felicidade se reduza ao facto do bom funcionamento mecânico, do controlo da vital respiração e outras coisas que nem a todos é dado vivenciar.

Porque afinal, não somos mais do que isto, é uma forma de passar o tempo, esta de julgarmos que somos alguém, uma espécie de brincadeira de crianças em idade avançada, sem qualquer estatuto ou autoridade para entender o que quer que seja para além do que é básico e alimenta esta ilusão.

 

E não há esperança de que algum dia as coisas sejam diferentes, as mentes apenas se vão adaptando e seguindo o momento real que lhe é imposto por uma eternidade que determina um rumo desconhecido mas nada bom.

 

certeza

 

Uma

Uma e bastava

 

Abrir a mão

Sentir a beleza

 

Desse sorriso

No coração

 

Nesta certeza

Mais nada era preciso

Sim acreditava


 😋


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