quarta-feira, novembro 16, 2022

Ai wé


Ai wé

Ontem

Me xingaram

M´bora disparataram

Sem asneirar

Sem falar mal

Sem essas coisa

De porra

Merda ou quê

Nada

Insulto apenas

 

No sorriso

De apertar a mão

A lhe desinfetar escondido

O tempo lhes acabou

 

Só sabem rir

Na minha diferença

Bem diferente deles

Hoje é eu

A lhe beber até cair

No kapuka lisboeta

Dos próprio alambique

A destilar cabeça de branco

 

Évora, 22/03/1995

 

Amigo


Desculpa

Não consigo

Levanto-me

Caminho

Desafio

E até sorrio

Logo a seguir

Volto a cair

 

Tens de desculpar

Escrevo assim

   No meu desencanto

   No desânimo

   Na descrença

 

Um dia

 

Tenho a certeza

Vamos cantar

Alegres

Felizes que já fomos

Dessa vez

Sem carpideiras

Falsas e venenosas

Escondidas

Na rádio

Em ondas curtas


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