Com convicção posso dizer
Não odeio em particular alguém
Porém sei bem o que é ódio sentir
Isto que me exibem como viver
Não gosto de mentir
Mas desta vida que me dão
Repugna-me ver tanto aldrabão
L
Com convicção posso dizer
Não odeio em particular alguém
Porém sei bem o que é ódio sentir
Isto que me exibem como viver
Não gosto de mentir
Mas desta vida que me dão
Repugna-me ver tanto aldrabão
L
Não é falar mal por falar
Também me afeta esta desgovernança
Não me importa o que estão a roubar
Passar por parvo não posso aceitar
Cretinos em grande festança
Parasitas sem vergonha nem pudor
Votos que lhes rebente a pança com muita dor
L
Talvez um dia venha a conhecer o gajo
Porém devo admitir
O pior imbróglio que me apareceu
Mentir nunca foi o meu melhor lado
O que mais me azucrinou
Um desgraçado eu
Que tem sido um pesado fardo
E nem conheço de sítio algum
L
Umas vezes perdemos, outras nem por
isso.
Não é gente para se poder dizer
Aparece sempre quem está vivo
É uma simples coisa e assim
Não a podemos repreender
Um objeto é quase como político
Faz o que quer
Farta-se de roubar em avidez sem fim
E bater-lhes palmas é nosso dever
Após muito desabafo de mim
Asneiredo até nunca mais acabar
E muito eu procurar
A porra da pen lá apareceu
L
Um “eu” que ainda me surpreende
Esse desconhecido de
mim
Apareceu bem-disposto
e a rir
Apresentou-se dizendo
que era eu
Perante isto
apeteceu-me fugir
À minha frente se
prostrou em desplante
Perante tal muito bem
tive de ponderar
E vi não haver
caminho para me abandonar
L