Tanto
quanto há memória
Esse
desconhecido eu
Nem
é assim novidade
Pelo
que vou lembrando
Esse
mafarrico sem bondade
Sempre
me andou pela cachimónia
E
por todo lado onde ando
L
Tanto
quanto há memória
Esse
desconhecido eu
Nem
é assim novidade
Pelo
que vou lembrando
Esse
mafarrico sem bondade
Sempre
me andou pela cachimónia
E
por todo lado onde ando
L
Rimar ou não rimar
O sono não me tira de certeza
Por métrica bem podem esperar
Ideias sim gosto de mostrar
Esperteza exibir é que não
Detesto a ligeireza do esperto
Para tudo tem um sermão
L
Quanto ao eu misterioso
Por vezes é assustador
Nada tem de mentiroso
Provocar ou não dor
É-lhe de todo indiferente
Chega a ser insultuoso
De resto é sempre em frente
L
O eu misterioso está sempre vigilante
Nada lhe pedi de importante
Mas sente-se em permanente missão
Aparece sempre em modo acutilante
Não adianta sua presença ignorar
Nem de resposta dar-lhe um não
Ele é que sabe e temos de o aturar
L