quinta-feira, dezembro 30, 2021

paquete

 

  As viagens de navio passaram a rotina

  Planeta abaixo Planeta acima

  Da primeira vez lembro a surpresa

  E admito muito receio daquele viajar

 

    A comida que me davam à mesa

    Era diferente e ataquei-a bem

    Porém passei a enjoar

             L


sexta-feira, dezembro 24, 2021

rir

 

   Comecei a procurar em mim

   Respostas algo de bom devia existir

   Porém era sempre tudo a piorar

   Estava bem mandavam-me a todo vapor

 

  Entre hemisférios a ir e a vir

  Num ponto da vida deixei de contar

  Tanto atravessar o Equador comecei a rir

             L


segunda-feira, dezembro 20, 2021

viriato

 

   Mas subi bem alto àquela Serra

   De Estrela nem sobras para contar

   Porém sua História investiguei

   Até simpatizei com herói que lá houve

 

  Por entre aquelas rochas a andar

  Assim louco como esse me imaginei

  Louco sim antes ou depois já não sei

             L


sexta-feira, dezembro 10, 2021

vai à merda

 

   De inverno com neve ou sol no verão

   Naquele granito procurava consolação

   Encostava a cabeça apenas para dormir

   Nem pesadelos conseguia sentir

 

    Não era minha aquela estrela malvada

    Fiz tudo para me aceitar

    Maldita deves ser mal-amada

             L


sexta-feira, dezembro 03, 2021

indescritível

 

    Fazer mal ao espírito daquela Serra

    É bem provável e possível

    Tinha muita saudade da terra

    Era uma revolta indescritível

 

    Hoje sei que apenas lá nasci

    Outros algozes isso me deram a saber

    Portanto vai à merda fico bem sem ti

 

L

 

quarta-feira, novembro 24, 2021

serra

 

  Nessa Serra fiz-me explodir

  Fui lá conhecer o pior de mim

  Nunca entendi os meus terem de partir

  Assim fui a prenda feia deixada ali

 

   Daquela Estrela passei a gostar

   No granito a cabeça passei a encostar

   Pedra fria e áspera para me rejeitar

L


segunda-feira, novembro 22, 2021

terra

 

  Naquele canto que julguei meu

  Ser feliz tenho de admitir

  Ainda não tinha este eu a chatear

  Sem perceber fizeram-me partir

 

 Não era guerra mais baralhado fiquei

 Numa Serra foram-me largar

 Não desgostei mas não era a minha terra

L

   

terça-feira, novembro 16, 2021

solidário

 

    Ainda acreditei por um momento

    Ter um canto para chamar meu

    Sina ou raio que o parta

    Quase nem deu para respirar

 

        Tem-me valido este estranho eu

        Chato como o raio que não desaparta

        Mas ajuda-me a passar o tempo

L


quarta-feira, novembro 10, 2021

gafanhoto

 

            Além do mais chega de paleio

            Tive a Vida que me aconteceu

            E nem por encomenda veio

            Foi assim que a vivi

 

        Antes de qualquer raiz logo parti

        Não fui de lugar algum

        Mas sim um alegre saltimbanco por aí

L


quinta-feira, novembro 04, 2021

reservado

 

    Magoado ferido mas a sorrir

    Vivi meu pedaço reservado

    Saudades não deverei sentir

    Pois motivos não há para tal

 

        Agastado com certeza que sim

        De ninguém pensarei mal

        Foi como foi e fica assim

L


segunda-feira, novembro 01, 2021

o habitual

 

        Cala-se ou não

        Nada me deverá importar

        Estarei em paz sim

        Não tenho motivos para duvidar

 

    Cheguei sozinho sem ter pedido

    O meu partir por certo será assim

    Porém magoado e ferido

 

L


terça-feira, outubro 26, 2021

nem lá me safo

 

        Não sei se se irá calar

        O tal eu misterioso

        Chato como tem sido de aturar

        E sempre pegajoso

 

    O mais certo depois de partir

    É aparecer-me lá a sarnar

    Esbaforido e a rir

L


sexta-feira, outubro 15, 2021

azucrinanços

 

    Em palavras ocas nunca acreditei

    Nem agora irei acreditar

    Tempo houve que por elas me levei

    Hoje já não me deixo enganar

 

        Na hora de ir para me acertar

        Quero paz para partir

        E esse eu azucrinador pode-se lixar

L


quarta-feira, setembro 22, 2021

ventanias

 

    Esta é a minha grande verdade

    Deixei sempre a Vida decidir

    Com o vento ir foi orgulho e vaidade

    Mas na hora de partir

 

       De sofrer não irei permitir

       Espero não perder a razão de mim

       Para o melhor decidir

L


sexta-feira, setembro 10, 2021

Acabar

 


    Acabar sei irá acontecer

    Como e quando não

    Um dia noite ou uma tarde será

    É algo que não tenho mão

 

        Apenas padecer não queria

        E nisto mão posso ter

        Em tudo a Vida não mandará

L


segunda-feira, agosto 30, 2021

Contudo é meu

        Porém nesse eu desmiolado

        Não me posso escudar

        É meu e sai dos meus labirintos

        Não é separado

 

    Não por mim encomendado

    Sei serem meus instintos

    Talvez acabe quando tudo acabar

L


 

quarta-feira, agosto 25, 2021

Eu não falante

 

    Minha sorte esse eu não falar

    Falasse estava mal

    É que ele não sabe filtrar

    É tal e qual como lhe sai da Alma

 

        Por vezes põem-me a dissertar

        Sem qualquer calma

        Atiro o que à mona vem parar

L


quinta-feira, agosto 12, 2021

amargurado

 

    A bem dizer e isenção

    Esse estupor de Eu azucrinador

    É um militante do carago

    Na arte de azucrinar

 

        Quero-lhe dar a mão

        Pensa que o quero enganar

        Não me deixa em paz e é amargo

L

quarta-feira, agosto 04, 2021

Incorruptível

 

    Não se deixa corromper

    Tem momentos de apatia

    Parece que andou a beber

    Pergunto-lhe coisas e nem pia

 

        Há paz quando assim é

        Nem quero saber

        Nos pirolitos para o banzé

 

L


segunda-feira, julho 19, 2021

Umas vezes é

 

    Admito nem ser tão mau assim

    Pelo menos sozinho não fico

    Por vezes é irritante

    Diz-me umas merdas que desatino

 

        Aos poucos fui-o conhecendo

        Vou-lhe dando louros

        Aceitar é sempre não por vezes sim

L


segunda-feira, julho 05, 2021

No antigamente dos antigos

 

    Não adianta por antigos clamar

    De Bocage Torga a Camões

    Entre muitos outros de coluna vertical

    Em postura de afrontar

 

        Terra de insaciáveis comilões

        Entregue a parasitas do vil metal

        Nascidos com missão sagrada de roubar

L

quarta-feira, junho 30, 2021

O belzebuzito

 

        Tanto quanto há memória

        Esse desconhecido eu

        Nem é assim novidade

        Pelo que vou lembrando

 

            Esse mafarrico sem bondade

            Sempre me andou pela cachimónia

            E por todo lado onde ando

L